A NATUREZA DOS ESPÍRITOS

Reflexão: Coloque-se no lugar do outro


"Se a identidade absoluta dos Espíritos é, em muitos casos, uma questão acessória e sem importância, o mesmo já não se dá com a distinção a ser feita entre bons e maus Espíritos. Pode ser-nos indiferente a individualidade deles; suas qualidades, nunca.” (262.)
É preciso distinguir como os Espíritos são, para podermos tratar com eles. Conforme o caso, advertir, esclarecer, confortar; ou, então, pedir ajuda e receber instruções.

Como avaliar a natureza de um Espírito?
"Apreciam-se os Espíritos pela linguagem de que usam e pelas suas ações. Estas se traduzem pelos sentimentos que eles inspiram e pelos conselhos que dão. Admitido que os bons Espíritos só podem dizer e fazer o bem, de um bom Espírito não pode provir o que tenda para o mal."
"Pelos frutos os conhecereis", ensinava Jesus.
"Não há outro critério senão o bom-senso, para se aquilatar do valor dos Espíritos. Absurda será qualquer fórmula que eles próprios dêem para esse efeito e não poderá provir de Espíritos superiores."
O bom-senso não poderá se enganar, se analisarmos o caráter dos Espíritos com cuidado e, principalmente, sob o ponto de vista moral.
"Para julgar os Espíritos, como para julgar os homens, é preciso, primeiro, que cada um saiba julgar-se a si mesmo." (Com retidão de juízo e não por suas ideias, sistemas e preferências.) 

Diferença nas atitudes dos bons e dos maus espíritos

Os bons

Os maus

Só dizem o que sabem, calam-se ou confessam sua ignorância sobre o que não sabem.

 

Falam de tudo com desassombro, sem se preocuparem com a verdade.

Se conveniente, fazem que coisas futuras sejam pressentidas, mas nunca determinam datas.

Os levianos com facilidade predizem o futuro; precisam fatos materiais que não temos como verificar, apontam época determinada para um acontecimento.

 

Nunca ordenam; não se impõem, aconselham; se não escutados, retiram-se.

São imperiosos; dão ordens, querem ser obedecidos; não se afastam por nada.

Exclusivistas e absolutos; pretendem ter o privilégio da verdade. Exigem crença cega e jamais apelam para a razão, pois seriam desmascarados.

 

Não lisonjeiam; aprovam o bem feito, mas sempre com reserva.

Prodigalizam exagerados elogios, estimulam o orgulho e a vaidade, embora pregando a humildade, e procuram exaltar a importância pessoal daqueles a quem desejam dominar.

 

Desprezam em tudo as puerilidades da forma.

Ligam importância às particularidades mesquinhas, incompatíveis com ideias verdadeiramente elevadas. Fazem prescrições meticulosas.

 

São escrupulosos no aconselhar atitudes; quando o fazem, objetivam sempre fim sério e eminentemente útil. Só prescrevem o bem e o que é perfeitamente racional e dentro das leis da Natureza.

 

Dão conselhos pérfidos, aconselham atitudes más, tolas, improdutivas, irracionais, fora do bom senso e das leis naturais.

Guardam reserva sobre assuntos que possam trazer comprometimentos. Repugna-lhes desvendar o mal. Procuram atenuar o erro e pregam a indulgência.

 

Gostam de pôr o mal em evidência; exageram-no e, com insinuações pérfidas, semeiam a intriga, a discórdia.

Atuam com calma e doçura sobre o médium.

Tanto os maus como os simplesmente imperfeitos ao agirem sobre o médium provocam às vezes movimentos bruscos e intermitentes, agitação febril e convulsiva.

Para se impor à credulidade e desviar os homens da verdade:

- usam, alternativamente, de sofismas, sarcasmos e injúrias e, até, de demonstração material do poder oculto de que dispõem.

Excitam a desconfiança e a animosidade contra os que lhes são antipáticos e, especialmente, contra os que lhes podem desmascarar as imposturas.



Perguntas
1) Por que é preciso avaliar a natureza dos Espíritos comunicantes?
2) Como podemos avaliar a natureza de um Espírito?
3) Como proceder quando o Espírito quer nos instruir e orientar?



Livro consultado:
De Allan Kardec:
- O Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. XXIV.