DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

Livro: mediunidade - estudos e cursos - pag. 21 - 4a.
(Therezinha Oliveira)



A eclosão da mediunidade, como faculdade natural, não depende de lugar, idade, sexo, condição social, moral ou filiação religiosa.

Não devemos forçar a eclosão da mediunidade. Mas não só podemos como devemos oferecer condições apropriadas para que, nos que a possuam, ela venha a aflorar natural e equilibradamente, e eles saibam como usá-la. Quando ela aflorou sem esse preparo prévio do médium, é preciso orientá-lo, para que os fenômenos se disciplinem e ele a empregue acertadamente.

Não se deve colocar em trabalho mediúnico quem apresente perturbações. Primeiro, é preciso ajudar a pessoa a se equilibrar psiquicamente, por meio de passes, vibrações e esclarecimentos doutrinários. Conforme o caso, recomendar-se-á, também, a visita ao médico, porque a perturbação pode ter causas físicas, caso em que o tratamento compete à Medicina.

Para o desenvolvimento da mediunidade, somente deve ser 

encaminhado quem esteja saudável, equilibrado, doutrinaria- mente esclarecido e conscientizado. 

Sinais precursores 

Os sinais que podem indicar mediunidade são muitos e variados. 

Geralmente, a mediunidade fica bem caracterizada quando: 

1)  Há comprovada vidência e audição no plano fluídico;

2) Se dá o transe psicofônico (mediunidade falante) ou psicográfico (mediunidade escrevente);

3) Há produção de efeitos físicos (fenômenos sonoros, luminosos ou de movimentação de objetos) onde a pessoa se encontre. 

Nem sempre é fácil e rápido distinguir as manifestações me- diúnicas, quando em seu início, das perturbações fisiopsíquicas. Eis alguns sinais que, se não tiverem causas orgânicas, po- dem indicar que a pessoa tem facilidade para a percepção de fluidos, ou para o desdobramento (que favorece o transe), ou que está sob a atuação de Espíritos: 

1)   Sensação de "presenças" invisíveis;

2)   Sono profundo demais, desmaios e síncopes inexplicáveis;

3)   Sensações ou ideias estranhas, mudanças repentinas de humor, crises de

choro;

4)   Sensação de inchar, dilatar (ballonement) nas mãos, pés ou em todo o corpo (causado pelo desdobramento perispiritual);

5)   Adormecimento ou formigamento nos braços e pernas;

6)   Arrepios como de frio, tremor, calor, palpitações. 

Como desenvolver a mediunidade

Do ponto de vista espírita, desenvolver a mediunidade não é apenas sentar-se à mesa mediúnica e dar comunicações. 

É apurar e disciplinar a sensibilidade espiritual (a fim de tê-la nas melhores condições possíveis de manifestação) e aprender a empregá-la dentro das melhores técnicas e visando às finalidades mais elevadas. 

Sem essa educação, esse preparo para o correto exercício da mediunidade, o médium poderá fazer mau uso da sua faculdade e provocar situações difíceis e desagradáveis, para si mesmo e para os que o cercam. 

O desenvolvimento mediúnico abrange providências de natureza tríplice: 

a) Doutrinária 

O médium precisa conhecer a Doutrina Espírita para com- preender o universo, a si mesmo e aos outros seres, como cria- turas evolutivas, regidas pela lei de causa e efeito. 

Atenção especial será dada à compreensão do intercâmbio mediúnico, ação do pensamento sobre os fluidos, natureza e si- tuação dos Espíritos no Além, perispírito e suas propriedades na comunicação mediúnica, tipos de mediunidade etc. 

b) Técnica

Exercício prático, à luz do conhecimento espírita, para que o médium saiba distinguir os tipos dos Espíritos pelos seus fluidos, como concentrar e desconcentrar, entender o desdobramento, controlar-se nas manifestações, analisar o resultado delas etc. 

Observação: Quando se inicia a prática mediúnica, pode acontecer de os fenômenos se intensificarem e ampliarem. Não pense o médium que seu estado piorou. É que os Espíritos estão agindo sobre os centros da sua sensibilidade e preparando o campo para as atividades mediúnicas. Persevere o médium, mantendo o bom ânimo e, aos poucos, com a educação de sua faculdade, as sensações ficarão bem canalizadas, não mais lhe causando perturbações.

 c) Moral

Não é preciso aguardar a santidade e o mais perfeito equilíbrio para exercitar a mediunidade. Basta um razoável equilíbrio psíquico, um sincero esforço para o bom proceder, aliados a algum preparo doutrinário em Centro Espírita que enseje ambiente propício e seguro. 

Mas é indispensável o esforço pela reforma íntima, a fim de que nos libertemos de Espíritos perturbadores e cheguemos a ter sintonia com os bons Espíritos, dando orientação superior ao nosso trabalho mediúnico. 

A orientação cristã, à luz do Espiritismo, leva-nos à vigilância, oração, boa conduta e caridade para com o próximo, o que atrairá para nós a assistência espiritual superior. 

Essa assistência não faltará aos que, com boa vontade e dedicação, procurarem se preparar para o bom uso da mediunidade e a ela se devotarem, no desejo puro de servir ao bem. 

È a boa moral que dá ao médium a segurança maior no seu labor mediúnico. 

 

 

 

Livros consultados:

Mário B. Tamassia

“Você e a Mediunidade”

Roque Jacintho

“Desenvolvimento Mediúnico”

 

 

Verificação:

1)   Quem apresenta perturbação é médium? 

2)   As providências para o desenvolvimento mediúnico abrangem três setores. Quais são eles? 

Qual dos três seto