DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO
A eclosão da mediunidade, como faculdade natural, não depende de lugar, idade, sexo, condição social, moral ou filiação religiosa.
Não devemos forçar a eclosão da mediunidade. Mas não só podemos como devemos oferecer condições apropriadas para que, nos que a possuam, ela venha a aflorar natural e equilibradamente, e eles saibam como usá-la. Quando ela aflorou sem esse preparo prévio do médium, é preciso orientá-lo, para que os fenômenos se disciplinem e ele a empregue acertadamente.
Não se deve colocar em trabalho mediúnico quem apresente perturbações. Primeiro, é preciso ajudar a pessoa a se equilibrar psiquicamente, por meio de passes, vibrações e esclarecimentos doutrinários. Conforme o caso, recomendar-se-á, também, a visita ao médico, porque a perturbação pode ter causas físicas, caso em que o tratamento compete à Medicina.
Para o desenvolvimento da mediunidade, somente deve ser
encaminhado quem esteja saudável, equilibrado, doutrinaria- mente esclarecido e conscientizado.
Sinais precursores
Os sinais que podem indicar mediunidade são muitos e variados.
Geralmente, a mediunidade fica bem caracterizada quando:
1) Há comprovada vidência e audição no plano fluídico;
2) Se dá o transe psicofônico (mediunidade falante) ou psicográfico (mediunidade escrevente);
3) Há produção de efeitos físicos (fenômenos sonoros, luminosos ou de movimentação de objetos) onde a pessoa se encontre.
Nem sempre é fácil e rápido distinguir as manifestações me- diúnicas, quando em seu início, das perturbações fisiopsíquicas. Eis alguns sinais que, se não tiverem causas orgânicas, po- dem indicar que a pessoa tem facilidade para a percepção de fluidos, ou para o desdobramento (que favorece o transe), ou que está sob a atuação de Espíritos:
1) Sensação de "presenças" invisíveis;
2) Sono profundo demais, desmaios e síncopes inexplicáveis;
3) Sensações ou ideias estranhas, mudanças repentinas de humor, crises de
choro;
4) Sensação de inchar, dilatar (ballonement) nas mãos, pés ou em todo o corpo (causado pelo desdobramento perispiritual);
5) Adormecimento ou formigamento nos braços e pernas;
6) Arrepios como de frio, tremor, calor, palpitações.
Como desenvolver a mediunidade
Do ponto de vista espírita, desenvolver a mediunidade não é apenas sentar-se à mesa mediúnica e dar comunicações.
É apurar e disciplinar a sensibilidade espiritual (a fim de tê-la nas melhores condições possíveis de manifestação) e aprender a empregá-la dentro das melhores técnicas e visando às finalidades mais elevadas.
Sem essa educação, esse preparo para o correto exercício da mediunidade, o médium poderá fazer mau uso da sua faculdade e provocar situações difíceis e desagradáveis, para si mesmo e para os que o cercam.
O desenvolvimento mediúnico abrange providências de natureza tríplice:
a) Doutrinária
O médium precisa conhecer a Doutrina Espírita para com- preender o universo, a si mesmo e aos outros seres, como cria- turas evolutivas, regidas pela lei de causa e efeito.
Atenção especial será dada à compreensão do intercâmbio mediúnico, ação do pensamento sobre os fluidos, natureza e si- tuação dos Espíritos no Além, perispírito e suas propriedades na comunicação mediúnica, tipos de mediunidade etc.
b) Técnica
Exercício prático, à luz do conhecimento espírita, para que o médium saiba distinguir os tipos dos Espíritos pelos seus fluidos, como concentrar e desconcentrar, entender o desdobramento, controlar-se nas manifestações, analisar o resultado delas etc.
Observação: Quando se inicia a prática mediúnica, pode acontecer de os fenômenos se intensificarem e ampliarem. Não pense o médium que seu estado piorou. É que os Espíritos estão agindo sobre os centros da sua sensibilidade e preparando o campo para as atividades mediúnicas. Persevere o médium, mantendo o bom ânimo e, aos poucos, com a educação de sua faculdade, as sensações ficarão bem canalizadas, não mais lhe causando perturbações.
c) Moral
Não é preciso aguardar a santidade e o mais perfeito equilíbrio para exercitar a mediunidade. Basta um razoável equilíbrio psíquico, um sincero esforço para o bom proceder, aliados a algum preparo doutrinário em Centro Espírita que enseje ambiente propício e seguro.
Mas é indispensável o esforço pela reforma íntima, a fim de que nos libertemos de Espíritos perturbadores e cheguemos a ter sintonia com os bons Espíritos, dando orientação superior ao nosso trabalho mediúnico.
A orientação cristã, à luz do Espiritismo, leva-nos à vigilância, oração, boa conduta e caridade para com o próximo, o que atrairá para nós a assistência espiritual superior.
Essa assistência não faltará aos que, com boa vontade e dedicação, procurarem se preparar para o bom uso da mediunidade e a ela se devotarem, no desejo puro de servir ao bem.
È a boa moral que dá ao médium a segurança maior no seu labor mediúnico.
Livros consultados:
Mário B. Tamassia
“Você e a Mediunidade”
Roque Jacintho
“Desenvolvimento Mediúnico”
Verificação:
1) Quem apresenta perturbação é médium?
2) As providências para o desenvolvimento mediúnico abrangem três setores. Quais são eles?
Qual dos três seto