MECANISMO DA MEDIUNIDADE


Reflexões: Resguarde-se dos tentáculos do desânimo com a prece sincera

Ajude sua preservação da paz e da alegria  



I - O perispírito

É o envoltório fluídico, feito de substância semimaterial, que os Espíritos extraem do fluido universal (modificado conforme o mundo a que estejam relacionados).

Esse revestimento fluídico permite ao Espírito receber as sensações do mundo exterior e, também, serve de condutor de seu pensamento e vontade.

Paulo alude ao perispírito quando fala em “corpo espiritual”, na 1a Epístola aos Coríntios, Cap. XV, V.44.

Nos Espíritos 

As sensações, para os Espíritos, estão localizadas em todo o perispírito. Nos espíritos superiores, isso dá a “perfectibilidade dos sentidos, a extensão da vista e das ideias”. Nos infe­riores, os fluidos são tão materializados que lhes podem dar até a sensação de frio, de fome, etc. 

Pelo perispírito, o Espírito age sobre a matéria do nosso mundo, sobre nosso corpo físico, sobre nosso perispírito. 

Sem esse envoltório fluídico, o Espírito seria inconcebível para nós, os encarnados. 

Nos encarnados 

Nos encarnados, o perispírito faz a relação entre o Espírito e o corpo físico, em cujos órgãos as sensações estão canalizadas.

Sua substância está impregnada do fluido vital, que o dos desencarnados não possui. 

Em determinadas condições (sonambulismo, êxtase, tran­se mediúnico) funciona como o dos Espíritos libertos. 

II - O perispírito nas manifestações mediúnicas

O intercambio entre os Espíritos e os encarnados proces­sa-se graças às propriedades do perispírito. Ou seja, é através do perispírito que o Espírito atua sobre o médium, influindo sobre seu corpo e seu perispírito.

Nos efeitos físicos 

Para agir sobre a matéria, falta ao Espírito o fluido anima­lizado, porque só os encarnados o possuem. Então, procura alguém que o emane em abundância (é o médium de efeitos físicos). 

Obs: O médium, pois, é imprescindível nesse tipo de manifestação, embora às vezes não saiba que está servindo para esse fim e até mesmo possa estar distante do local em que o fenômeno ocorre. 

Encontrando o médium adequado, o Espírito: 

a)  Combina seu próprio fluido com o dele e com os do meio ambiente (natureza); 

b)  Com essa mistura, satura os espaços interatômicos e in- termoleculares da matéria; 

Obs: 1) Sabe-se que a matéria não é contínua, senão para os nossos pobres sentidos. Cheia de espaços vazios, ela tem apenas uma pequena porcentagem de massa, propriamente dita. Afirma-se que, em se retirando todos os espaços vazios da matéria que a forma, a Terra se reduziria ao tamanho de uma bola de futebol. 

2) Há, pois, uma continuidade perfeita entre a mente do Espírito e o objeto movimentado, através dos elementos intermediários de natureza fluídica (semimaterial): o perispírito e os fluidos. 

c) consegue, assim “animar” objetos materiais, compor formas e, por efeito de sua vontade, movimentá-las.

Na comunicação inteligente 

A ligação do Espírito do médium ao seu corpo, pelo perispírito, teve lugar no processo da reencarnação e não pode ser desfeita, sob pena de desagregação do corpo físico.

Portanto, o Espírito comunicante jamais toma o lugar do encarnado, apenas influi sobre ele, em ação fluídica. 

Os fenômenos mediúnicos intelectuais dependem de um estado especial da consciência que se caracteriza pela exteriorização do perispírito do médium que, mais livre das vibrações grosseiras da matéria, entra na posse dos seus senti­dos espirituais podendo, então, sentir intuitivamente a am­plitude do Mundo Invisível que nos rodeia. 

Em tal estado, por um fenômeno de associação e assimila­ção da onda do pensamento dos desencarnados o médium serve-lhes de instrumento, inconsciente ou consciente conforme a maior ou menor exteriorização conseguida. 

Ainda neste caso, pois, há assimilação fluídica é que vai determinar a possibilidade de o médium receber ou não o pensamento do espírito comunicante. Assimilado o pensamento, o médium o interpretará para transmití-lo ao plano físico em que vivemos. Convém lembrar, também, que o fenômeno inteligente pode estar combinado com o fenômeno de efeito físico.

Livros consultados

Allan Kardec: “O Livro dos Médiuns” - 2ª parte, Cap. II, III, IV, V, IX a XIII e XV.

“Revista Espírita” - 1858 (jan, mai, e jun.) - 1859 (mai, ago, e set.) - 1860 (mai.)

- 1863 (mai.) - 1864 (out.).

Léon Denis – “No Invisível” - Cap. XVI a XVIII.

Gabriel Delanne - “O Fenômeno Espírita” - 2ª parte, Cap. I.

Avaliação

1) O Espírito comunicante toma o corpo do encarnado para se manifestar? 

2) De que dependem os fenômenos mediúnicos intelectuais? 

3) Que acontece no fenômeno chamado intuição?