A MEDIUNIDADE NO ESPIRITISMO


A vivência mediúnica será expressa na ação dignificadora, 
que se constitui recurso precioso para a pacificação íntima e a felicidade.
(Joanna de Ângelis)


Moisés nos tempos bíblicos, proibiu as comunicações. O fato de Moisés haver proibido o intercâmbio mediúnico demonstra que ele é possível, pois o impossível não é preciso proibir. Mas a proibição de Moisés não era uma condenação da mediunidade em si mesma, visava apenas reprimir os abusos; adivinhações, interesses egoístas, materiais e mesquinhos, misturando-se mágicas e sacrifícios humanos. Particularmente, Moisés continuou usando sua mediunidade para receber as instruções que os bons Espíritos lhe vinham dar, em nome de Deus. Para isso ele era um profeta (porta-voz, o que fala por alguém), ou seja, um intermediário, um médium.

Surge então o espiritismo que utiliza a mediunidade como um instrumento valioso de espiritualização da humanidade;

a) sem fazer mal uso dela;

b) esclarece que sua finalidade é superior e ensina técnicas para a sua segurança e proveito espiritual na sua prática em o livro dos médiuns. Kardec asseverou que todos nós somos médiuns. 

A liberação por Jesus 

Quando, 1.300 anos depois, Jesus veio à Terra, a humanidade já havia evoluído um pouco mais e poderia voltar a utilizar a mediunidade, que Moisés proibira. Aliás, a esse tempo já não se falava mais na proibição da mediunidade, como no tempo de Moisés, tanto que, no Novo Testamento, não há uma única passagem em que a proibição seja mencionada. 

Temos, porém, muitas passagens em que Jesus afirma, ensina e exemplifica a prática mediúnica. Citaremos apenas duas: 

1) Afirmando a influência de espíritos bons e maus sobre as pessoas: quando Pedro declarou "Tu és o Cristo" (Mt. 16:13/17) no caso do espírito imundo expulso (Mt. 12:43/45 e Lc. 11:26). 

2) Exemplificando o intercâmbio com o Além: ao conversar com Moisés e Elias materializados (Mt. 17:1/18) e com a legião de espíritos que obsidiava um homem em Gadara (Mc. 5-1/20). 

Como doutrina codificada, o Espiritismo é recente. Data de 18/4/1857, com a publicação de "O Livro dos Espíritos", por Allan Kardec, em Paris, na França. 

Antiquíssimos, porém, são os fenômenos mediúnicos. Eles se deram em todos os tempos e em todos os povos — conforme a História comprova — porque a mediunidade é uma faculdade inerente ao ser humano, sendo lei natural a comunicação entre os espíritos encarnados e desencarnados.