NOSSA CASA MENTAL

EDITORIAL – 562 | REVISTA INTERNACIONAL DE ESPIRITISMO

DEZEMBRO DE 2008


O pensamento é um dos atributos do Espírito. É a força viva que, sob a ação da vontade, direciona energia mental para o bem ou para o mal. 

Direcionado para o bem, representa alta frequência vibratória, sintoniza com benfeitores espirituais, e seus resultados são positivos. 

Direcionado para o mal, representa baixa frequência vibratória, sintoniza com Espíritos menos preparados, e seus resultados são negativos. 

Nossa casa mental, pois, recebe flashes de três fontes diversas: da nossa própria vontade, da vontade que emana de benfeitores espirituais, e da vontade emitida por Espíritos menos preparados. 

Essas sugestões mentais, das três fontes, podem ser impulsionadoras de atitudes ou não: se não, os fluidos pertinentes, e seus efeitos, permanecem conosco somente, gerando saúde e bem-estar se forem bons, ou gerando doença e mal-estar se forem maus. Em caso afirmativo, as ações corresponderão ao padrão vibratório pertinente, produzindo maldade ou bondade, perturbação ou harmonia, ciúme ou confiança, raiva ou calma, atos de desamor ou de amor, e assim por diante. 

Pela ação do pensamento, portanto, somos influenciados e influenciamos os outros, de maneira mais ostensiva ou não. 

Esse mecanismo é realidade para todos nós, vinte e quatro horas por dia, ou seja, vale para o nosso estado de vigília e para o nosso desprendimento por ocasião do sono do corpo físico, uma vez que o Espírito não para de pensar. 

Cada um de nós, dessa forma, vivemos no clima magnético, na atmosfera espiritual, no estado de espírito energético que alimentamos, pelas escolhas de nosso livre arbítrio. A fé, por exemplo, acalma, enquanto a irresignação enraivece. O que emitimos volta para nós. 

Atingimos os encarnados com nossas atitudes, mas com nossos pensamentos e sentimentos também: o que dá qualidade ao pensamento é o sentimento que anima; quanto aos desencarnados, nossos pensamentos se entrelaçam com os deles permanentemente, e de acordo com a onda vibratória que escolhemos. 

A força do pensamento é algo que a gente desenvolve, pela força da vontade e, na permuta de pensamentos, a mente dotada de uma força de vontade maior domina a mente dotada de uma força de vontade menor. 

A oração sincera, a boa leitura, a meditação elevada, a boa música, o contato com a natureza, favorecem os bons pensamentos, beneficiando nossa casa mental.

A sintonia em que colocamos nossos pensamentos e sentimentos refletem nos nossos relacionamentos em família, no trabalho, na atividade espírita que abraçamos, entre muitos outros, favorecendo ou desfavorecendo bons resultados. 

O espírita, compreendendo o mecanismo do pensamento e da afinidade de sintonia, deve estar sempre atento aos flashes que atingem sua casa mental: sabe que as boas intuições e inspirações procedem sempre de benfeitores espirituais, e que as más influenciações e sugestões provêm sempre de Espíritos menos preparados. 

Buscando ser um trabalhador na seara do bem, o espírita se esforçará para unir e não desunir, somar e não diminuir, multiplicar e não dividir. 

Conhecendo o mecanismo do que leva à obsessão, à subjugação e à fascinação, permanecerá vigilante, procurando manter sua casa mental em alta frequência vibratória, trabalhando sempre no exercício da caridade, por saber que a ociosidade representa porta aberta aos desvios e aos vícios de toda natureza, inclusive os de personalidade. 

No campo da sintonia todos somos médiuns, pois não há ninguém que não aja, muitas vezes, sob a influência dos Espíritos: influem eles em nossos pensamentos muito mais do que possamos imaginar, afirmaram os Espíritos a Kardec. 

O espírita precavido busca manter-se vigilante em relação às estratégias, armadilhas, ciladas, dos adversários do bem.